Beleléu para lá não quero ir
Muitos de nós estamos acostumados com esta palavra de origem africana, beleléu, cuja tradução livre significa cemitério. O lugar de descanso simbólico do corpo físico é sagrado para as religiões e representa uma passagem deste mundo para o além.
Os muito vivos não querem morrer, os imprudentes não temem a morte, os extremamente doentes, inclusive àqueles que nem isso sabem podem estar muito próximos dela. Habitam este mundo ainda os mortos vivos, pessoas más de todas a formas e vivos mortos àqueles presos à inércia e o condicionamento inflexível da mente.
Existe um ditado africano que diz, que enquanto a morte não chega, celebremos Oxum, o amor, se morte não chega, celebremos o Orixá, a vida, mas se a morte chegar não adianta fazer oferendas.
Ao refletirmos sobre estes aspectos nos cabe lançar um olhar sobre o amor, a vida, a felicidade em amplos aspectos. Estamos na terra para sermos felizes e a felicidade não é amanhã, é aqui e agora.
A mitologia africana fala e versa sobre os nove céus de Oiá, ao qual chamamos de Yansã, os diferentes planos espirituais para onde os espíritos, os eguns partem quando deixam a terra, o Aiyê.
Comumente citam-se:
Orun rere para os bons;
Orun alafia para a paz;
Orun funfun para os inocentes;
Orun babá eni para os sacerdotes;
Orun afefé para os que vão reencarnar;
Orun isolu para os que serão julgados;
Orun apadi para os incorrigíveis;
Orun buruku para os maus;
Orun mare para os Orixás e divinizados;
As Umbandas olham para os planos espirituais como a Aruanda ou Juremá, mas distendem-se em sete como o Humaitá, Ynainá, Yoriá, entre outros.
Ainda com astúcia engana-se a morte com ritos específicos, mas ela um dia chega. Afasta-se a morte com o barulho dos ibejis, a alegria e acredita-se que o único que venceu Ikú, a morte foi Exu que se multiplicou ao ser ceifado.
Concluímos esta pequena reflexão ao pensar que para ter uma boa morte é preciso ter uma boa vida.
Faça amigos, seja feliz, cultive o amor, a fé.
Iku lai lai, nada de morte.
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