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E o meio ambiente?




As religiões afro-brasileiras possuem em seu contexto uma ligação representativa com os reinos da natureza. Essa ligação remete que a divindade e seus atributos podem se manifestar através de espaços tidos como sagrados. Esses espaços são conhecidos as matas, cachoeiras, rios, cursos d'água, praias, pedreiras, montanhas, entre outros, e formam a conhecida força do Orixá. Entrar na mata é como adentrar nas forças de Oxóssi, de Ogum, de Ossaim, de Omulu, logo esse adentrar ao reino sagrado é entrar no Orixá ou mesmo conectar-se ao ancestral que miticamente vive nesses locais. No contexto urbano fora dos chamados sítios sagrados convivemos com encruzilhadas, cemitérios, estradas e nesses locais muitos encontram também o habitat de ancestrais e são ainda pontos de transição de um mundo para o outro, promovendo uma função específica.

Mas e o meio ambiente?

Do ponto de vista espiritual o Orixá come e o contexto religioso traz o significado de alimentação da comunidade. A oferenda, a oferta em que a comunidade não come acaba indo por exemplo para determinados locais que são os reinos da natureza ou mesmo espaços urbanos. A forma de deposição dessas oferendas podem trazer impactos negativos e significativos à natureza da qual cabe discussão e ampla reflexão. O vidro por exemplo, depositado em praias ou matas, não se recicla, haja visto que tem tempo de duração indeterminado. Quando se quebra ainda pode ferir pessoas ou animais. O grupo dos plásticos possui tempo de duração na natureza de 100 a 450 anos. O mesmo é valido para determinados panos e tecidos sintéticos. Bonecas e brinquedos deixamos ao mar por exemplo, podem vagar anos nas correntes marítimas e ser ingerido por animais marinhos. Ainda são conhecidas imagens de tartarugas, peixes, golfinhos entre outros, mortos ou deformados pelo chamado lixo oceânico.

O famoso barquinho de isopor também se enquadra neste grupo e tem tempo de duração indeterminado. Vamos ao grupo dos alimentos, como as frutas. A casca de uma banana pode levar de três a quatro semanas para se decompor, uma maçã mordida ou cortada, dois meses, uma laranja, seis meses e no geral a decomposição de alimentos pode levar de 3 meses a um ano para se desfazer ou se transformar na natureza.


E oferenda deixada em praças e logradouros públicos?

São os conhecidos despachos, entregas e tem uma função específica no imaginário religioso.

Diversos municípios não encaram oferenda como lixo, mas outros possuem legislações específicas para descarte irregular de lixo em espaço público. A oferenda deixada em praças por exemplo pode se enquadrar neste modelo. O ato devocional pode ser visto como religioso, formando o empoderamento de quem o faz, mas o resultado após o ato pode ser visto como o lixo deixado em espaço público. Buscar materiais que não poluem, adotar práticas sustentáveis podem trazer novos caminhos.

Ações que são pensadas previamente podem trazer melhores resultados e a busca por uma reflexão de proteção ao meio ambiente deve ser significativa.

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